31 de outubro de 2009

"Bruxas dançam na fogueira...

...inimigos na trincheira
um calor infernal congela teu sorriso
e o paraíso tropical"
(Cinza - EngHawaii)

Bem que ela gostaria de ser uma bruxinha. Ter um caldeirão, um livro de poções, uma vassoura voadora, mas nada de verrugas no nariz. Ela queria ser uma bruxinha pra fazer um certo feitiço....
-"Hahahahaha !" [risada benévola]

30 de outubro de 2009

"Ordene e não peça...

...Muito me interessa a sua potência
Seu calibre, seu gás."
(Luxúria - Isabella Taviani)

Ele não era "belo". De jeito nenhum se encaixava nos padrões convencionais de beleza. Tinha umas duas dezenas de quilos a mais, pra sua altura. E olha que não era muito alto. Quase sempre estava com a barba por fazer. Não tinha voz grave. Seus cabelos estavam sempre desalinhados. Era branco. Tinha as sobrancelhas castanhas espessas, que pareciam cair sob seus olhos estreitos e convidativos. Não era muito sociável. Mas era um Amor. O sonho de consumo dela.

22 de outubro de 2009

Ah, vida real...

... como é que eu troco de canal?
(Vida Real - EngHawaii)
Vivia sob uma constante insatisfação. Vinha associando esse momento ao estado particular de crise financeira do qual vinha padecendo. Mas por vezes se perguntara se isso não passava de desculpa pra sua falta de coragem, de iniciativa? Ou será que realmente era uma pessoa tão capitalista assim? Desprezível. Fosse qual fosse o motivo, encontrar-se constantemente infeliz era lamentável. Com tanta coisa importante, bonita e feliz na vida - veemente ressaltados pelos livros de auto-ajuda que já lera, argh!- ela não poderia simplesmente escolher uma dessas coisas boas e se dedicar a ela?

17 de outubro de 2009

"Não tenho pra onde ir...

... mas não quero ficar
Suspender a queda livre
Libertar
O que não tem fim sempre acaba assim."
(Novos Horizontes - EngHawaií)
Sua auto-confiança era uma farsa. Doses cavalares de Augusto Cury recheavam seu vocabulário otimista. Esperança e fé eram seu suposto lema. Mas dado o cair da noite, quando enfim fechava suas persianas, demônios e sandices assolavam aquele 4x3. Não dava pra entender como ele conseguia aquele falso equilibrio diurno se a noite o entorpecia com tanta solidão.

15 de outubro de 2009

Já faz tempo...

... que o meu coração tá batendo
Sem jeito, sem graça..."
(Ainda Te Amo - Calcinha Preta)
Era simples. Extremamente simples. Bastava ir até lá, falar tudo o que queria dizer, e aquele desconforto se extinguiria. Poderia ainda colher os frutos de tal atitude, ou na pior das hipóteses ingerir horrores de lactose e malte que, ainda sim, nenhuma catastrofe climática ou trauma psiquico se instauraria em quaisquer lugar que fosse. Era realmente simples... se não fosse completamente 'non sense'.

4 de outubro de 2009

Amar Colorido

Faço um traço fino
Preto
Forte
De maneira decisiva
Impetuosa
Bem rente aos cílios

Ilumino as pálpebras cansadas
Chorosas
Ávidas
Pela escuridão
Sombria
Imponente e angelical

Nas faces pincelo
Blush
Bronze
Que camuflam a pele
Corada
Ruborizada por ele

Contorno o lábios finos
Róseos
Úmidos
Que anseiam os dele
Carnudos
Indescentes e vermelhos

No colo um perfume
Doce
Sensual
Um convite único
Dele,
Completamente sou.


"I Say a Little Prayer For You ..."

3 de outubro de 2009

O Exercício de Escrever

por Camila Barreto
"Quando escrevo, não o faço pelo simples fato de fazê-lo. Escrever constitui-se pra mim num exorcismo sublime da alma, da minha alma. Quando pouso minhas mãos sobre uma lâmina de celulose, seja ela de que cor ou espessura for, traço com veêmencia os fantasmas que assobram a minha existência. Todas as emoções que vivo, aprisiono dentro de um potinho de verbetes que inutilmente trancafio num canto de minha self, numa maneira singular de absorver problemas e enterrá-los junto a meus pensamentos. Assim, quando traço distraídamente quaisquer palavras, quando as faço sem esmero algum e numa constância frenética, estou exercendo meu processo catártico. Crio personagens pra mim mesma, e expurgo todas as amarguras que possa ter. Às vezes crio coisas à minha revelia, falo sobre coisas que nem mesmo sei. Quase sempre os pensamentos criam asas, as emoções decolam e as palavras tomam vida. Quase sempre não consigo controlá-las. Uma vez grafadas deixam de ser minhas, só minhas, e passam a ser do tempo, e de quem quer que seja."