10 de fevereiro de 2008

Chegou a hora de recomeçar...


Era como andar de bicicleta, novamente, depois de um tombaço. Nao tinha jeito, a vida sempre continua e o mundo jamais pára pra gente descer. Ela pegou suas chaves, sua bolsa e partiu em direção ao trabalho. No percurso praguejava como de costume. Seu carro estava a ponto de deixá-la na mão, mas o que fazer? Não tinha tempo, nem grana, nem outra maneira qualquer de resolver esse problema. Dirigia como uma louca, alheia à vida que existia ao seu redor. É sempre complicado recomeçar. Chegou ao trabalho, com o mesmo sorriso gentil nos lábios. Aquilo estava se tornando uma tortura. Manter as aparências, quem diria? Ela que sempre foi contra toda essa gentileza hipócrita do convívio social...aff! Vivendo, aprendendo, e digerindo! O dia transcorria monotóno como sempre. Pilhas de papéis sobre sua mesa, telefone tocando a toda hora, muita responsabilidade, pouco oxigênio e litros de cafeína. Estava exausta. Quase todos os seus pensamentos estavam direcionados à sua linda cama quente e fofinha. Seus olhos estavam tão pesados, tão pesados... Decidiu terminar o expediente por ali. Já era quase 8h da noite, estava muita cansada pra continuar. Não quis se aborrecer com o carro e decidiu pegar um táxi. Olhando sob uma ótima econômica-capitalista aquilo era uma loucura, o dinheiro gasto com o táxi, se aplicado, daqui a um ou dois anos, resultaria num montante equivalente a um novo motor pro carro. Mas, quem esperaria 1 ano, pode perfeitamente esperar 2 ou 3. Entrou naquele táxi de alma lavada. Pelo menos por ora não iria se chatear com isso. Permitiu-se olhar pela janela do carro, como se não houvesse nada com o que se preocupar... Como se não carregasse mágoa, dor, ou tristeza alguma... Como quem está aberto ao novo... Como quem se arrisca! A quanto tempo não se arriscava a nada...! Tanta gente lá fora e ela ali, trancada naquele carro. Pediu ao motorista que parasse, ainda faltava uma quadra pro seu destino, mas decidira fazer o restante do percurso a pé. Na hora que descera do carro, uma fina chuva começou a cair. Ela riu. E pela primeiva vez em bastante tempo, ria. Ria descontroladamente. Um riso solto, sem freio. Um riso qua a muito estava preso. Que ironia! Chuva!!! Precisava mesmo lavar a alma. Decididamente, era a hora de recomeçar!

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